Canções » Letras
1. Lúdico (Música e Letra:Pedro Esteves)
Mãos e pés na porta
Balanço ao vento O vento embrulha tantos cabelos A paisagem tudo a passar Tudo a passar Abre-se o caminho Ouço a fanfarra Uma fanfarra surge à cabeça Como quem vai pra anunciar Pra anunciar Era a brincar Vou só à janela Da caixa amarela Já saio a voar Voo, sinto o fogo Entro e atravesso O que atravesso eu pinto na tela O que eu não vi só posso inventar Posso inventar Espreito à clarabóia Vejo a assembleia Uma assembleia plena de ideias Seriedade e tensão no ar Tensão no ar Era a brincar Que ideias tontas Vou pagar as contas Já sigo a dançar Danço na linha De ferro cansado Mesmo à beirinha De tombar pra o lado Lado do imaginário Pra o lado do lado De lá do real Agarro a linha De ferro abrasado Mesmo à beirinha Corpo equilibrado Margens abertas Tão certas, tão falsas, tão lindas Agora eu vou |
Desço pla calçada
Sigo a direito Que a direito eu vou ter à praça A passarada toda a cantar Toda a cantar Só que aquilo que era Canto era choro Um choro que desfaz a pintura Eu nesse quadro não quero entrar Não quero entrar Era a brincar Não há pintura A vida é que é dura Já sigo a marchar Marcho em direcção À porta de artista Artista que vai subir ao palco A luz na fresta passa a brilhar Passa a brilhar Espalha-se nas veias Toda a ansiedade Uma ansiedade que me convoca Abre-se a porta pra eu entrar Pra eu entrar Era a brincar Olha a surpresa Estou sentado à mesa E já vou trabalhar Vou trabalhar Mas tenho o meu amor que me ama Plo menos ela diz que me ama Mas tenho o meu amor que me ama Plo menos ela diz que me ama |
2. Quando sorris (Música e Letra:Pedro Esteves)
Quando sorris teu rosto é claro
Desperta o meu melhor sorriso
E exalta a luz num tom que é raro
Então, já diz sem ser preciso
Dizer que é puro
E diz
Quando é sincero
É bom
É cara a cara
Nus
De olhos nos olhos
O brilho e lágrima
São água e sal de estar feliz
Desperta o meu melhor sorriso
E exalta a luz num tom que é raro
Então, já diz sem ser preciso
Dizer que é puro
E diz
Quando é sincero
É bom
É cara a cara
Nus
De olhos nos olhos
O brilho e lágrima
São água e sal de estar feliz
3. Airoso (Música e Letra:Pedro Esteves)
Muito te custa encarares-me assim
Solto e feliz quando passas por mim
Dizes que me amas
Pois é
Pedes para que eu volte
Ah, pois é
Era a nossa vida
Pois era, pois era
Era, era
Era a vida em plena primavera
Quando as flores brotam sem fim
Mas depois o teu génio ruim
Chegou com o perfume no desabrochar
Cravaste-me as garras no peito
O respeito por mim definhou
Esse amor que reclamas pra ti eu não dou
Que o palhaço do amor já morreu
Acabou
Solto e feliz quando passas por mim
Dizes que me amas
Pois é
Pedes para que eu volte
Ah, pois é
Era a nossa vida
Pois era, pois era
Era, era
Era a vida em plena primavera
Quando as flores brotam sem fim
Mas depois o teu génio ruim
Chegou com o perfume no desabrochar
Cravaste-me as garras no peito
O respeito por mim definhou
Esse amor que reclamas pra ti eu não dou
Que o palhaço do amor já morreu
Acabou
4. Menina-mulher (Música e Letra:Pedro Esteves)
Trancou a porta
Fechou a janela E disse: “Morri para o mundo” Fez-se moribundo O coração daquela Cujo amor à vela Passou pela tela Não ficou e partiu Venha o calor E o parque suado Não será o apelo Que fará o degelo Do coração quebrado Rosto encafuado Ainda adocicado Que agora amargou Pura candura De ser ainda menina mulher Ninguém lhe contou Que no amor pode, então Ver o sim e ser o não Era agora que vinha a saber |
Uns dias antes
Nem desconfiava Quando o amor devido E mais que merecido Nela se entrançava Ela acreditava Enquanto voava Mas depois caiu E foi assim Repentinamente O que andava perto O seu sorriso aberto Hoje estava ausente Ainda que presente Na ferida recente Que fundo a marcou Pura candura De ser ainda menina mulher Ninguém lhe contou Que no amor pode, então Ver o sim e ser o não Era agora que vinha a saber |
Esquece a vontade
Evita desejos Mesmo que a rodeiem Nela serpenteiem Não se entrega a beijos Suaves adejos Música e arpejos Finge que não ouviu O tempo vai O peito embrutece Volta o tempo vem Traz consigo alguém O corpo estremece Porque lhe parece Que algo acontece E pode ser um novo amor Pura bravura De ser assim uma menina mulher O tempo contou Que no amor pode, então Ver o sim e ser o não E lá vai ela, mergulha a saber |
5. Pé de catraio (Música: Filipe Esteves e Letra:Pedro Esteves)
E lá vou de olhos abertos
Tão certos de que hoje é que é
Não treme o meu pé
Já sei o que vou dizer
O que vou dizer eu já sei
Olhos de amêndoa em Agosto
Caídos num rosto é que é
Ela é que é
Mas meu rosto não é de mel
De mel é que não é
Sinto as suas pernas que engonçam
Balouçam a anca a meus pés
Encosta e sacode o seu corpo
Então, já ouço o “plim” do coração
Já sinto um “plão” no peito sim
Será que é agora para dizer
Deixar por dizer não
Ah, mas a boca entreaberta
É na certa a palavra a sair
A gosto a sair
Mas não diz o que eu quero ouvir
O que eu quero ouvir dizer não
Se eu estou calado
E calada ela fica
Ninguém vai falar
Apenas dançar
Uma dança no fim do Verão
Fica a dança de fim de Verão
Tão certos de que hoje é que é
Não treme o meu pé
Já sei o que vou dizer
O que vou dizer eu já sei
Olhos de amêndoa em Agosto
Caídos num rosto é que é
Ela é que é
Mas meu rosto não é de mel
De mel é que não é
Sinto as suas pernas que engonçam
Balouçam a anca a meus pés
Encosta e sacode o seu corpo
Então, já ouço o “plim” do coração
Já sinto um “plão” no peito sim
Será que é agora para dizer
Deixar por dizer não
Ah, mas a boca entreaberta
É na certa a palavra a sair
A gosto a sair
Mas não diz o que eu quero ouvir
O que eu quero ouvir dizer não
Se eu estou calado
E calada ela fica
Ninguém vai falar
Apenas dançar
Uma dança no fim do Verão
Fica a dança de fim de Verão
6. Claras manhãs (Música e Letra:Pedro Esteves)
Quero
Não tem que ter sentido Quero Somente por querer Tudo Até um descabido desejo Pode atentar qualquer um Festa que é festa é com piruetas Por entre aplausos entram os porcos Deixa andar Em chegando a conta, espantam-se as caras, inventam tretas Pra vir na conta de quem viu a conta de outros engordar Quero Ter mão no meu destino Esperneio e faço o pino Para o mundo acompanhar Quero Com tanto que ele avança Justiça na balança Para melhor respirar Quero Não sei se é sonho Eu quero outras manhãs, mais claras Eu quero acordar |
Quero
Não tem que ter sentido Quero Somente por querer Tudo Até um descabido desejo Pode atentar qualquer um Dito e redito é assim a vida Os porcos voam, passam impunes Deixa andar Mas se o mundo aperta, nos desconsola e delapida Naturalmente que há quem queira vê-lo de pernas para o ar Quero Ter mão no meu destino Esperneio e faço o pino Para o mundo acompanhar Quero Com tanto que ele avança Justiça na balança Para melhor respirar Quero Não sei se é sonho Eu quero outras manhãs, mais claras Eu quero acordar |
7. Horizonte (Música e Letra:Pedro Esteves)
Estou longe, ardente
Pra lá do que há pra ver
Distante, ausente
Eu ando pra morrer
Mas morrer, morrer ainda não vou
Eu sigo calado
Enfrento o meu porvir
Não durmo, cansado
Descanso quando eu vir
Eu vir o dia amanhecer
Caminho pra frente
Mesmo que venha atrás
Não paro, valente
Ainda não espero a paz
A paz, talvez quando eu me fôr
Sem tempo marcado
E às vezes sem lugar
O norte roubado
Mas sempre a procurar
Procurar o que me faz viver
Pra desfazer meus nós
Preciso anoitecer
De me encontrar a sós
E então reconhecer
Que a vida faz-se assim
Com fé eu vou por mim
Se ainda for com fé
Eu sigo até cair
Não é contra a maré
é simplesmente eu ir
Até que a vida em mim
Me leve até ao fim
Fim
Pra lá do que há pra ver
Distante, ausente
Eu ando pra morrer
Mas morrer, morrer ainda não vou
Eu sigo calado
Enfrento o meu porvir
Não durmo, cansado
Descanso quando eu vir
Eu vir o dia amanhecer
Caminho pra frente
Mesmo que venha atrás
Não paro, valente
Ainda não espero a paz
A paz, talvez quando eu me fôr
Sem tempo marcado
E às vezes sem lugar
O norte roubado
Mas sempre a procurar
Procurar o que me faz viver
Pra desfazer meus nós
Preciso anoitecer
De me encontrar a sós
E então reconhecer
Que a vida faz-se assim
Com fé eu vou por mim
Se ainda for com fé
Eu sigo até cair
Não é contra a maré
é simplesmente eu ir
Até que a vida em mim
Me leve até ao fim
Fim
8. P'los teus olhos (Música:Filipe Esteves e Letra:Pedro Esteves)
P’los teus olhos vejo mais além
Já sei por onde a vida vem
Já sei por onde a mina jorra o sonho
E mesmo, ainda
Que os teus olhos neguem
Sei também
Quem fica à fome e morre aquém
Na espuma, na orla
Quem fica a arder no anseio
No mar dos prantos p'los desejos loucos
P’la guerra os gritos tão roucos, tão aflitos
Forjada a vida na luta amor
Forjada a vida em teu olhar
Já sei por onde a vida vem
Já sei por onde a mina jorra o sonho
E mesmo, ainda
Que os teus olhos neguem
Sei também
Quem fica à fome e morre aquém
Na espuma, na orla
Quem fica a arder no anseio
No mar dos prantos p'los desejos loucos
P’la guerra os gritos tão roucos, tão aflitos
Forjada a vida na luta amor
Forjada a vida em teu olhar
9. Pétalas (Música e Letra:Pedro Esteves)
O mote desta canção:
Solteirice
Espeta-te com o garfo
Corta-te com a faca
Deita-te no prato
Espera
de Alexandre O'Neill in A Capital, 7 Junho 1975
Bem-querida, mal-amada
Rasgo pétalas de mim
Mal-amada, bem-querida
Uma fica
Qual delas
Por fim
Uma fica
Qual delas
Por fim
Chego a casa
Ponho a mesa
Mais um prato
Fico acesa
Há visita
Com certeza
Levo à cara delicadeza
Ah!
Vou à cama
Vou risonha
Solto gritos
Sem vergonha
Volto à cama
Cara e fronha
Estou sozinha
Sou eu quem sonha
Nua
Bem-querida, mal-amada
Rasgo pétalas de mim
Solteirice
Espeta-te com o garfo
Corta-te com a faca
Deita-te no prato
Espera
de Alexandre O'Neill in A Capital, 7 Junho 1975
Bem-querida, mal-amada
Rasgo pétalas de mim
Mal-amada, bem-querida
Uma fica
Qual delas
Por fim
Uma fica
Qual delas
Por fim
Chego a casa
Ponho a mesa
Mais um prato
Fico acesa
Há visita
Com certeza
Levo à cara delicadeza
Ah!
Vou à cama
Vou risonha
Solto gritos
Sem vergonha
Volto à cama
Cara e fronha
Estou sozinha
Sou eu quem sonha
Nua
Bem-querida, mal-amada
Rasgo pétalas de mim
10. Maré de silêncio (Música:Filipe Esteves e Letra:Pedro Esteves)
Não
Hoje não
Eu não vou dizer nada
Mas vem
Vou deixar minha voz descansada, é melhor
Eu olho e busco no teu olhar
As palavras para te amar
Em silêncio
Não
Hoje não
Eu não vou procurar
Corrupio,
Confusão, falar alto, correr para apanhar
Se eu olho e encontro no teu respirar
No teu gesto, no teu andar
O desejo
Sim
Sinto em mim
O prazer de embarcar na maré
Pois é
E é tão bom embarcar ao sabor da maré
Por ser por ti deixo o mundo para trás
Na onda que se agigantou e dobrou
Nossos corpos num beijo
Calados
Hoje não
Eu não vou dizer nada
Mas vem
Vou deixar minha voz descansada, é melhor
Eu olho e busco no teu olhar
As palavras para te amar
Em silêncio
Não
Hoje não
Eu não vou procurar
Corrupio,
Confusão, falar alto, correr para apanhar
Se eu olho e encontro no teu respirar
No teu gesto, no teu andar
O desejo
Sim
Sinto em mim
O prazer de embarcar na maré
Pois é
E é tão bom embarcar ao sabor da maré
Por ser por ti deixo o mundo para trás
Na onda que se agigantou e dobrou
Nossos corpos num beijo
Calados
1. Olhos azuis (Música:Afonso Pais e Letra:Pedro Esteves)
Ilha
Miragem
Ela sorriu
E eu fui pra descobrir
Ilha
Viagem
Um céu que abriu
Na hora de partir
Vou nas águas sobre o mar
O mar, eu sei
Não é de ninguém
Sou rei mas sem lugar,
Navego e vou encontrar
Olhos azuis em terra
Entre a paz e a guerra
Ainda brilham pra mim
Fogo em mim
Onde um dia eu vi
No fundo do olhar
Todo um mar de esperança
Amada
Ela sorriu
Na hora de partir
Miragem
Ela sorriu
E eu fui pra descobrir
Ilha
Viagem
Um céu que abriu
Na hora de partir
Vou nas águas sobre o mar
O mar, eu sei
Não é de ninguém
Sou rei mas sem lugar,
Navego e vou encontrar
Olhos azuis em terra
Entre a paz e a guerra
Ainda brilham pra mim
Fogo em mim
Onde um dia eu vi
No fundo do olhar
Todo um mar de esperança
Amada
Ela sorriu
Na hora de partir
7. Margem (Música e Letra:Pedro Esteves)
Luz do sol
Banha Lisboa
Vou à janela
Ai como é tão bela
Sem que apeteça
Sair de manhã
Ponta a ponta
Em cada colina
Um traço que espalha e ilumina
Cidade és linda
E para onde vou com a minha vida?
Enchem rossios
Rios de gente
Tudo a crescer
A Carris passa e cruza
A vida é escrita a viver
Com coração, fráguas e cais
Espreita do claro dos seus umbrais
Como quem espera e me procura
De peito aberto e eu já cansado
Ouvindo um fado
Lá vou no Tejo
O tempo voa
Acordei para ti Lisboa
Banha Lisboa
Vou à janela
Ai como é tão bela
Sem que apeteça
Sair de manhã
Ponta a ponta
Em cada colina
Um traço que espalha e ilumina
Cidade és linda
E para onde vou com a minha vida?
Enchem rossios
Rios de gente
Tudo a crescer
A Carris passa e cruza
A vida é escrita a viver
Com coração, fráguas e cais
Espreita do claro dos seus umbrais
Como quem espera e me procura
De peito aberto e eu já cansado
Ouvindo um fado
Lá vou no Tejo
O tempo voa
Acordei para ti Lisboa
1. Canta canta (Quanta poesia) (Música e Letra:Pedro Esteves)
Fundo
O horizonte é fundo O mundo é fundo É fecundo em vida Todo o seu esplendor, amor Perto A água está perto O deserto é perto Aberto à jornada A pele ao calor, amor Vapor, amor Quanta poesia Tanta Canta canta |
Vasto
O oceano é vasto O afecto é vasto Um rasto de almas vivas Ávidas de amor, amor Curto O tempo é curto O gesto é curto O furto de uma vida Pode vir sem dor, amor Vapor, amor Quanta poesia Tanta Canta canta |
Forte
O desejo é forte O homem é forte E tem o porte de arma Peito de amador, amor Frágil O vidro é frágil O certo é frágil Ágil é a magia A mão de criador, amor Vapor, amor Quanta poesia Tanta Canta canta |
2. Mais um dia (Toca o Rádio) (Música e Letra:Pedro Esteves)
Toca o rádio
Mais um dia Uma correria E ela rodopia Logo de manhã Pega a toalha Atira a água Limpa a sua cara Que já anunciara Outros dias Dessa escravidão Preso o coração Pelos cantos Nos recantos Nos trilhos urbanos |
Segue a linha
Marca o passo Presa por laço Tem o seu espaço Longe do que quer Espraia a vista Atiça a alma Que requer a calma Que é preciso De saber esperar Volta para o seu lar Cabeça à toa Pelos cantos Nos recantos Solta um grito e voa |
Que horas são?
Que ilusão Não são horas de sonhar Não são Dança mais Roda, faz rodar Que amanhã é mais um dia |
3. Pote Quebrado (Música:Filipe Esteves e Letra:Pedro Esteves)
Era uma história, uma história para ouvir
De tanto ouvir era história para crer Conta-se assim como a conto para ti Nunca esperei sentir o que senti Toda a cidade tem guardado em si Dentro de si tem num pote a guardar A dor conjunta, abafada oração Dei com tal pote, arrepio, coração Larguei Caiu Vi a cidade estraçalhada Nos cacos de vidro Vivo, a cintilar Escutei Ouvi E escapava das entranhas Dos cacos um grito Vivo, a esvoaçar |
Bem que me pus logo atrás a correr
Mesmo a correr fui ficando para trás Quis agarrá-lo, na esquina esperei Fui encontrá-lo na outra que errei Sim, era urgente agarrá-lo outra vez Uma outra vez era urgente abafar O grito para o pote tapado a esconder A dor ninguém quer, ninguém pede para ver Andei Corri Fui batendo de ombro em ombro Até ficar parado Fardo na multidão Cansei Caí E deixei borrar na face Toda a minha pintura Turva, escorreu pelo chão |
Foi bom chorar, não escondi de ninguém
Perto de alguém soube tão bem chorar Porém, haverá sempre um pote dos tais Pois, caia Que quebre Eu não corro mais Não fujo mais |
4. Maravilha Amor (Música e Letra:Pedro Esteves)
Calça os sapatos, vamos sair de casa
para passear Mas que bonita estação Por trás de uma construção Por trás de um prédio que arranha o céu Shopping à vista Maravilha, amor Estamos em Portugal Não estamos assim tão mal Temos a nossa construção Não largues a minha mão Não caibo em mim de emoção Vai toda a gente para lá Também eu quero ir Lá fora é bom mas não tem A luz da loja, a que vem do cinema, do café Tudo num só lugar Hipermercado para ali Musica aqui e acolá Está tudo na perfeição |
Agora passa-me essa bola, a redonda,
a de futebol Pois não há outra senão de futebol coração Vamos passar por ali Há tanto estádio ao pé Maravilha, amor Estamos em Portugal Não estamos assim tão mal Temos o nosso futebol Olha para além, olha o mar Mesmo o país a queimar A urna, o voto a arder Hoje é dia de sol A praia chama quem vem Nós queremos, vamos também Há sempre alguém para acudir Sempre alguém para apagar Acho que nem é para aqui Aquilo fica para lá E vai ficar tudo bem |
Vou prego a fundo, a ver se passo os duzentos
Na ponte é bom Sai-me da frente, ó estupor Que eu sigo a todo o vapor Que eu quero chegar Seja lá para onde eu for, eu sigo A estrada é boa, amor Estamos em Portugal Não estamos assim tão mal Temos a nossa viação |
5. Vista Curta, Vista Estreita (Música e Letra:Pedro Esteves)
Olha
Para onde vai esta avenida? Por onde vai a minha vida? Bandida Corrida Ela tem, pois, tantas vias Para onde ela for Olha Aonde vai dar esta recta? Por onde eu olho não há meta Concreta Discreta E eu vou querer ver dos lados Linhas curvas |
Esta canção
Não diz que diz que tem razão Afinal no que ela canta Conta que um só olhar Não vê os recantos que um lugar tem Olha Porquê olhar só para o cinzento? Procuro antes para o momento Um fermento Um rebento Que traga outras paisagens Furta-cor |
Olha
Para onde vamos esta noite? Por onde quer que eu me afoite É de noite E de noite digo, então Não quero ter a vista curta Não quero ter a vista estreita Não |
6. Essa Canção Passa (Música e Letra:Pedro Esteves)
Essa canção passa
Essa canção já passou Só que não traz remédio A canção nunca remediou E se o meu olhar Lá no fundo se ensombrar Ponho a chama dentro do escuro Achas pra arrancar Um canto a iluminar essas dores Com as delicias do canto Recanto de compositor Sim, mas |
Essa canção passa
Essa canção já passou Só que não traz remédio A canção nunca remediou Quando eu me encontrar Estrada afora vou soltar Entre notas o que era escuro Subo pra cantar Um canto a resgatar essas cores Maravilhas do canto Acalanto na voz do cantor Sim, mas |
Essa canção passa
Essa canção já passou Só que não traz remédio A canção nunca remediou Esta canção passa |
7. Está para durar (Música e Letra:Pedro Esteves)
É mistério
O assunto é sério Nunca andei por aqui Nunca a vi O teu beijo é cru Dizes tu que só te tenho enganado Amor, foi de manhã que fugiu o meu nariz O meu nariz é safado, (1ª esse sim / 2ª aldrabão) E tem pecado, eu bem sei Esconde-se atrás do bigode Se pode, pode e sacode para o chão a sua culpa |
Agora presta atenção
A tua santa assunção Está garantida Mas não te esqueças não não Que eu já fiquei de plantão E tu partida Partida em três corações O meu e o teu nos colchões E outro atrevido Se o meu nariz já desceu Ao (1ª quente / 2ª doce) inferno Olha, o teu anda esquecido |
Vai melhorar
Vai melhorar O nosso amor, amor Está para durar Vai melhorar Vai melhorar Se o nosso amor, amor Está para durar? É mistério |
8. Na Campanha (Música e Letra:Pedro Esteves)
Ela de facto
Chega de fato Faz o relato Da situação Ela revela Faz a novela Traz uma vela Luz para a multidão Ela promete Diz e repete Põe a cassete A mesma canção Ela contrata Brilhos de prata Línguas de faca Para atiçar confusão |
Quando ela sobe no palanque para cantar
Encanta Quando ela desce do palanque para me amar Não ama Quando ela passa pela praça ao som da farsa É para me enganar Ela rodeia Atiça e ateia Inflama a ideia Sobe a tensão Ela enlouquece Pulsa e aquece E diz quem conhece É febre, amor, é paixão |
Ela embriaga
Cega e apaga A luz gera vaga De opinião Ela retalha Amores e baralha Põe na batalha Amantes de ocasião Quando ela sobe no palanque para cantar Encanta Quando ela desce do palanque para me amar Não ama Quando ela passa, já se afasta Eu digo basta e volto ao lar |
9. Ao Fim da Noite (Eu e Tu) (Música:Filipe Esteves e Letra:Pedro Esteves)
Eu olho
Quem passa Repassa e tu vens com a queixa Mas deixa que eu como Que a vista come o que ela quer Eu olho Sou macho Capacho é aquilo que eu piso Juízo não ganho Se eu tenho uma mulher para mim Agora chora Se eu sou teu implora Chora Que o meu corpo adora Pede um beijo O teu desejo e o meu desejo É possuirmo-nos noite afora |
Cora
Que o meu corpo aflora Cora Que esta é a minha hora Pede para que eu não repare E para que eu não dispare Os meus olhares lá fora Sinto Que a sala Resvala à tua passagem E à margem, ali estou eu E tu não estás para me enganar Eu sinto Que há lume Ciúme e a minha presença É nascença de fama |
Pois, quem ama ao fim da noite é quem te ganha
Sou eu Quem ama ao fim da noite é quem te apanha Sou eu Quem ama Quem ganha E arranha, arranha, arranha amor Quem dorme ao pé de ti sou eu |
10. Odeio-te (Música e Letra:Pedro Esteves)
Tanto quanto eu te quero esquecer
Já quis aprender o que queres de mim Já dei o melhor que posso dar Já quis agradar, fiz meu papel Fiz carrossel da minha cabeça também Tanto quanto eu te quero deixar Já quis amarrar o teu corpo ao meu Já quis afagar o teu cansaço Já dei o meu braço, o meu calor O meu pavor, meu ar tranquilo e para quê? Diz-me, diz-me para quê Se ignoras não vês as coisas do meu coração |
Tanto quanto o pranto que eu trago no peito
Eu odeio-te tanto, tanto Tanto de tanto te amar Eu adoro-te Tanto quanto o pranto que eu guardo no peito Eu odeio-te tanto, mas tanto Tanto de tanto te amar Tanto quanto eu quero decidir Insisto em fingir que não doeu Sou eu que mantenho o lar para o mundo No fundo capaz até de esquecer Até de esconder, fazer de palhaça também |
Tanto quanto eu quero dizer não
Tu queres o perdão, eu não sei negar Eu volto para o lar, eu sou a brasa Na casa sou fada e sou do lar Lá vai facada quando tiro nosso anel Sim, lamber outro mel Enquanto derrubo o nosso retrato para o chão Tanto quanto o gozo que invade o meu peito Eu odeio-te tanto, tanto Tanto quanto eu soube amar |
11. Nossa História Nosso Tempo (Música e Letra:Pedro Esteves)
A nossa vida
Sim, foi demais O nosso tempo Sim, foi demais A nossa história foi dos serviçais As nossas vozes sempre e só corais O meu passo enrolou-se no teu Palmilhaste o teu chão que era o meu Era o meu |
O nosso riso
Sim, foi demais O nosso choro Sim, foi demais O nosso sexo foi dos animais As nossas brigas, combates brutais O meu corpo afogou-se no teu Respiraste o teu ar que era o meu Era o meu |
O nosso amor
Sim, foi demais O nosso apego Sim, foi demais O nosso barco fez voltar ao cais Os nossos rumos, planos dos casais Rebelámo-nos, surgiu um motim Naufragámos e agora por fim Seja paz |
12. Espanto-Encanto (Música e Letra:Pedro Esteves)
Nada me espanta
Espantado eu estou Se isso me espanta Não será dor Que há nos dias, nos cantos, nos sonhos quiçá Seja lá no que for? Tudo me encanta Encantado eu estou Se isso me espanta Não será flor Que se abre, enfeitiça e envenena no fim Sendo assim, outra dor? |
Espanto, encanto
Será dor? Espanto, encanto Será flor? Canto e encanto Espanta a dor Espanto e encanto Seja flor Ah, se o mundo já não espanta Ah, se o mundo já não encanta O que será de nós? |
|
13. Grão Coração (Música e Letra:Pedro Esteves)
Meu coração germina
Germina a vida Rompe o gérmen do grão Para quem lá dentro no escuro espera em força o momento Nesta estação Primaverece a história A minha ilusão Floresce e pinta a minha fantasia no tempo |
Ah, esse cheiro
Essa cor Provoca-me os sentidos E faz-me acreditar Ah, esse sol Essa luz Que faz brotar um corpo Até fruto virar |
Ah, morder e saciar
Querer para sempre esse fruto E o fruto a definhar Em grão Em tempo Em dor |